Como já definia a imortal Coco Chanel: “moda é arquitetura. É uma questão de proporções”. Para atingir um resultado, estes temas interelacionados passam por processos semelhantes: da ideia como conceito bidimensional no papel, passando para a produção no manequim ou maquete e chegando ao produto tridimensional. Todos envolvem criação e comunicação.
Partindo do movimento art nouveau, no início do século passado, momento em que houve uma ruptura na estética artística da época anterior, os ornamentos pesados e aparência rebuscada deram lugar às formas orgânicas expressadas pelo famoso arquiteto catalão Antonio Gaudí, refletidas também no vestuário fluido oposto aos trajes carregados do período antecessor.
Pouco mais de duas décadas depois, a inspiração art déco invadia as construções e guarda-roupas, com uma nova linguagem abstrata, linhas retas e muita geometria, muito bem ilustrada no Chrysler Building, em Manhattan, Nova York, e representada fielmente pelo estilista e designer Paul Poiret.
A limpeza das formas e adornos do arte déco foi o precursor para o movimento seguinte. No modernismo, a partir das década de 1950, volumes puros transmitidos por uma linguagem racional foram expressados pelas mãos de Le Corbusier e de Coco Chanel, com seu icônico tailleur.
O ponto de partida é sempre o corpo, passando pelo vestuário e, então, o abrigo, mas moda, design e arquitetura são atividades fundamentadas em composição e todos formam um conjunto resultante de proporção, equilíbrio e contraste, que podem enviar uma mesma mensagem em diferentes estruturas.
Fonte: emais.estadao